Além de representar um grande reconhecimento profissional, fazer parte do corpo de jurados do Cannes Lions Festival é uma chance única de ter acesso ao que de melhor existe em matéria de criatividade em comunicação no mundo. E, quando falamos de relações públicas, cuja missão maior é criar percepções e engajar audiências, a experiência se transforma em um rico aprendizado de tendências, sob diferentes pontos de vista culturais.
Como única jurada latino-americana na categoria de relações públicas este ano, pude testemunhar como é importante criar com foco global. O mundo não tem mais fronteiras e as temáticas predominantes são universais, mas precisam ser traduzidas de forma a emocionar e ganhar mentes e corações de um júri internacional. Empoderamento feminino, diversidade, violência, saúde e sustentabilidade foram assuntos dominantes, e o uso de influenciadores, uma constante, sempre ajudando a reforçar a conexão de marcas e causas com o público final.
Nesse Festival, o critério de escolha dos cases vencedores de relações públicas foi além de curtidas ou compartilhamentos, privilegiando a geração de earned media e os resultados efetivos que aquela história provocou. Cases relevantes que impactaram vendas, provocaram mudanças de hábitos e leis, ou aproveitaram de forma estratégica uma oportunidade apontada pelo monitoramento das mídias sociais e da Internet, foram os escolhidos.
Ganhar um Leão em Cannes é um marco. Depois da minha vivência como jurada, o caminho me parece mais claro. Não basta ter uma ideia brilhante, é preciso embalar essa criatividade de forma a encantar, surpreender e alcançar os consumidores que, impactados, se transformarão em mídia poderosa. O vídeo case é de extrema importância, já que o primeiro corte das inscrições se dá basicamente através dele, em julgamento on-line, sem que seja possível defender a ideia. E o template resumo também precisa destacar graficamente as informações mais significativas para chamar a atenção de quem julga. Tudo isso mais uma criação genial é a fórmula do sucesso – foi assim que a Ketchum ganhou até hoje dois prêmios em Cannes, dos quais dois brasileiros. Uma receita que, tenho certeza, vai se repetir nos próximos anos.
